Tema polémico, no mínimo.
Mas será sempre a minha humilde visão. As I see it.
É possível Amor sem Paixão? É, mas não seria um Amor inteiro.
É possível Paixão sem Amor? O mais possível.
No que toca à Paixão, não me venham com conversas de amor platónico, sem plano físico, sem toque carnal. Não existe.
Falo do Amor ardente, aquele que nos deixa KO, que nos tolda o raciocínio, e muitas vezes nos tira o ar.
Daquele que nos faz viajar a cada cinco minutos, e nos enreda totalmente nos cheiros, no toque, na voz, na química da outra pessoa. Daquele que é incontrolável, e em que nos perdemos irracional e irremediavelmente.
Temos estas reacções quase por instinto, e é o instinto animal puro.
O próprio olfacto, esta sensação tão química, é um resquício da Natureza animal e selvagem.
Os animais escolhem-se assim. A fêmea escolhe o macho assim (e não o contrário, que me perdoem os queridos leitores masculinos, mas nisto da escolha, o lado feminino é dominante).
Paixão é indescritível, inexplicável.
É, definitivamente, o que antecede um Amor muito mais pleno, inteiro e completo.
Não concebo um Amor Inteiro sem Paixão. Mesmo que esta esmoreça com o tempo, claro está.
Não podemos viver em estado animal e selvagem a vida toda. Mas podemos senti-lo no início. Devemos.
Se após este estado de quase loucura vier um sentimento de Amor calmo, sereno, partilhado, então temos tudo o que precisamos.
Se não vier, pelo menos andámos enebriados algum tempo, e foi bom. Devemos ficar gratos, e não ressentidos, foi tão bom afinal.
Para mim, o Amor é a consequência natural do encontro de duas vontades. Duas mesmas vontades.
De duas pessoas que se escolhem para tomarem a mais Bela das decisões: Partilhar.
Amor calmo, sereno, sábio. Sólido.
Com a certeza que se está ali porque se quer, não porque se está acomodado, não porque se partilha a renda de casa e o gasóleo.
Está-se porque se quer estar, porque faz sentido, porque se aprendeu a gostar daquele outro ser tanto como da própria vida.
Porque as suas imperfeições são as nossas, já as aceitámos. Vêm com o pacote.
Porque se quer dar uma continuidade àqueles dois seres, porque faz sentido construir uma família a partir daqueles genes, que queremos replicar.
A sensação que mais acarinho no Amor é a pertença. É pertencer àquele mundo, àquela realidade.
É saber que temos alguém a quem estamos conectados diariamente, mentalmente, de alma e pensamento.
É chegar a casa e ter um abraço apertado, que suga todo o stress e má energia acumulados durante o dia.
É chegar a casa e dar um abraço apertado, que transmita todo o Amor e mais algum possível nesta vida.
É o sentir que pertencemos a alguém que nos pertence de volta.
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