domingo, 29 de janeiro de 2017

Entrelinhas

Ler nas Entrelinhas.

Frase tão pequena e tão verdade universal.

Infelizmente nem sempre lhe damos a devida atenção.

Ou talvez a ignoremos dalguma forma. Apenas porque não queremos acreditar que seja real...

Nós, os seres humanos, os que vivemos e nos alimentamos de afectos temos esta mania de achar que conseguimos ler tudo nas entrelinhas.
O problema é que entrelinhas são isso mesmo.
Espacinhos em branco "entre linhas" com algum/muito significado.

Quando reparamos, mesmo ligeiramente, que existe um espacinho em branco onde não devia existir, acho que devíamos questioná-lo. Ehhh lá, que espaço / gap é este que não estava aqui há um mês?...

Ou seja, a vida muitas vezes envia-nos mensagens subtis. Dá-nos pistas.
Diz-nos para estarmos atentos.
E nem sempre são subtis estas mensagens, às vezes são mesmo "In our face", e mesmo assim, as ignoramos.

E aí temos duas opções.
Ou investigamos no nosso peito o que se passa, e achamos que está tudo bem, falso alarme;
Ou investigamos um pouco mais e assustamo-nos com a possibilidade do espacinho ser real e termos de tomar alguma acção.

Nestas minhas últimas semanas sinto que a vida não podia ter sido mais clara nas mensagens que me passou, e que eu não podia ter sido mais negligente ao rejeitá-las uma a uma.

Porque sou uma eterna optimista..? Porque acredito no lado bom de tudo? Porque sou uma sonhadora incurável.
Sim!!!

Mas principalmente porque tenho um medo terrível de cair, magoar-me num pé, e chorar.
Porque todos nós temos 5 anos de vez em quando. E todos temos cicatrizes nos joelhos.

Todos nós queremos tanto tanto ser felizes que nos esquecemos que o caminho não é nunca e apenas em frente. Temos de estar com atenção aos sinais que nos aparecem na estrada.

E quando caímos da bicicleta e nos magoamos, há que limpar a ferida da melhor forma que conseguimos, pôr um penso rápido (ou menos rápido, leve o tempo que levar), e jurarmos a nós próprios que no próximo passeio vamos ver aquele sinal que estava ali na estrada.

Ou pelo menos, vamos tentar, e isso só por si, é de louvar.
Desistir? Não é opção.

Resultado de imagem para imagens de andar de bicicleta






1 comentário:

  1. Por vezes não queremos ver o que está à frente dos nossos olhos. Talvez exista uma espécie de cegueira patológica não sei. Mas o cérebro é uma caixinha de surpresas. Há mães que ao ouvirem as queixas dum filho acerca de possíveis abusos sexuais vão sempre defender o companheiro. Há mulheres que veneram tanto determinado homem que, quando saem com ele, este viola-as e elas depois escrevem-lhe cartas de amor e culpam-se a elas próprias. Em muitos casos de violência doméstica também é assim, eles batem-lhes e elas acham que merecem. Há pessoas sequestradas que depois defendem o raptor.

    E não te penitencies. É sempre assim. Depois de juntar-mos as peças todas é sempre muito fácil acharmos que tudo sempre esteve lá, à frente dos nossos olhos, e não só não quisemos ver.

    Mas se calhar não vimos porque confiámos, porque "quem ama confia". Quem confia não suspeita, nem anda feito detetive a espiar os passos do outro.

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