sexta-feira, 5 de junho de 2015

Estado Líquido

Quem me conhece e me lê, sabe que não faço publicidade a marcas aqui.
Ou em qualquer outro sítio público.
Não é o propósito deste blog.

Mas vou abrir um precedente e partilhar o meu gosto pessoal, ligado à Vida como a Vejo, como não poderia deixar de ser.
E esta é a forma como vejo um dos melhores restaurantes de sushi da capital, da nossa Lisboa.

A minha amiga H já me tinha dito que era bom, e que o ambiente era muito giro.
Um sofisticado barra casual barra hippie Chic barra eu visto o que quero e me apetece, como somos as duas (pelo menos a maior parte das vezes que isto de se ter um rótulo fashion não é fácil de manter).
E fomos lá uma destas noites fantásticas de pré-temporada de Verão. Não me perguntem porque nunca lá tinha ido. É algo com que me vou penitenciar durante muito tempo, a sério. Mea culpa.

Achei que o espaço, que tem um colorido vermelho/alaranjado giríssimo, cria uma ambiência familiar e muito confortável. Apesar das mesas estarem assentes sobre um gigantesco aquário térreo e, de vermos os peixes em constante movimento, esse ambiente consegue manter-se sem o mínimo sobressalto. Prova superada. Way to go.
Na passagem para o local onde estivemos, que é num piso um pouco mais elevado e com camas, ou sofás (como queiram), em que se fazem as refeições sentados, deitados, o mais descontraídos que se queira, tem-se a plena noção do espaço que deixámos à nossa passagem, mas entramos numa espécie de intimidade a descoberto, mas sem o ser. Faço-me entender? Não é fácil criar este tipo de ambiente, pelo que achei muito bem conseguido. Nicely done.

Para além do espaço em si, e da divisão de espaços numa mesma conjugação, não só com o restaurante, mas também com o bar, ficamos com a sensação que estamos num ambiente familiar, em que todos somos da mesma família, mas em que somos todos diferentes.
E isto, para mim, é crucial num espaço nocturno. Mesma ambiência, diferentes formas de a sentir.
Mesmo espaço, mas nuances diferentes em cada um dos sub-espaços.
Todos ligados pelo mesmo fio condutor. Aquela luz, meia/média luz, que faz toda a diferença.

Quanto ao staff, uma simpatia. Maioritariamente de sotaque quente, leia-se, brasileiro.
Sorrisos abertos, preocupação com o cliente. Profissionalismo simpático. Existe o termo? Existe agora.
O chef, adorável ser tatuado, que agradeceu os elogios humildemente, mais um sorriso aberto, sem a arrogância que lhe seria perdoada sem dúvida. Sushi habilmente preparado. Sashimi habilmente cortado.

Há mais sítios de bom sushi em Lisboa? Claro que há.
Bom sushi, igualmente espaços giros, e igualmente boa qualidade.
Mas o que difere os nossos gostos pessoais uns dos outros é algo que nunca saberemos explicar.
Pode ser um sorriso, um sabor, um cheiro, um olhar.
No meu caso, foram sem dúvida os sentidos que ficaram alerta. É neles que confio para tomar decisões, opções e fazer este tipo de escolhas.

Há também uma componente química que se instala e acabamos por nos render.
Não sabemos bem porquê ou a quê. É o tal je ne sais quoi. Mas rendemo-nos.

Como eu fiquei, rendida ao Estado Líquido.

Aconselho, recomendo, e vou voltar, claro.

Um reconhecimento especial ao querido staff e respectivo chef.
E claro, um agradecimento especial e um beijinho ao JPM, que nos proporcionou este belíssimo serão.

Fantastic Spot.




















Sem comentários:

Enviar um comentário