sexta-feira, 15 de maio de 2015

Intimidade


Alguém me dizia há uns dias que Intimidade era uma coisa.

E eu respondi que não, que não achava nada, que intimidade era outra coisa.

Ficámos ali uns minutos a trocar opiniões e pontos de vista.

Não mudei de opinião desde então, ou não comecei a ver as coisas de maneira diferente, mas dou o braço a torcer em relação ao facto da Intimidade estar um pouco banalizada nos dias que correm...
Ou talvez de se lhe dar um sentido que, a meu ver, não é o correcto, não é o que a define.

Mas, como sempre, será sempre as I see it, e não uma verdade absoluta.

Senão vejamos...

O ser-se íntimo de alguém não é necessariamente algo que temos por defeito, por exemplo, com a nossa família. Eu adoro os meus irmãos, mas há intimidades a que não me dou com eles. Não lhes falo dum certo modo, não lhes confidencio certas coisas minhas.
Ao passo que, tenho um ou dois amigos a quem confidencio e confio determinados assuntos que não conseguiria fazer com mais ninguém. E, muito menos com alguns membros da família.

Acho que a intimidade cresce e se cria a seu tempo.
Com outra pessoa, seja amiga, ou um namorado.
Acho também que há diferentes tipos de Intimidade, porque há diferentes tipos de pessoa.
E, claro, criamos diferentes tipos de laços, uns mais apertados, outros mais soltos.

Algo por que me bato há muito tempo é o conceito do sexo ser ou não intimidade.
Porque pode não ser. Pode ser apenas um acto físico em si, quando já não existe intimidade. Houve, mas já não há... Mas continua-se a achar que sim, que ainda existe. E confundem-se os conceitos.
Já o acordar de manhã ao lado de alguém despenteado, com os olhos inchados, e cheios de ramelas, e aceitar isso tão naturalmente como ter sede ou ter fome, é que é intimidade.
E depois abraçar-se essa pessoa e aceitá-la, fazer parte dessa mesma intimidade criada ali, naquele momento, isso sim, é que me parece uma intimidade real.

Faz-me lembrar um bocadinho o conceito de "À vontade não é à vontadinha", esta banalização do que é a intimidade. De cada um.

Faço-me entender?
Tenho dias que sim, outros que não, como todos nós, mas para mim, acho que isto da intimidade é mesmo assim.
Ganha-se com o tempo.
Criam-se laços para.
Ligam-se as pessoas, e as vidas desta forma.


Se conseguirmos chegar a um estado em que Intimidade e Cumplicidade andam de mãos dadas, então aí temos o melhor dos dois mundos.

E eu acho que está certo assim.














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