domingo, 19 de abril de 2015

Onde não há sentimento

Onde não há sentimento não há ressentimento.

Esta frasezinha foi dita por uma amiga da minha irmã na 6ª feira quando tomávamos café à hora do almoço.
Pedi-lhe logo para repetir, já com o intuito de esmiuçar o seu significado mais tarde.

E pensando bem, ela tem algum fundo de verdade.
Para o bem e para o mal (uma expressão deliciosa esta).
Porque o grau de aborrecimento que uma situação ou alguém nos traz é transversal ao sentimento que nutrimos pela pessoa ou situação em questão.

À medida que nos vamos distanciando emocionalmente / sentimentalmente do que nos tolda por vezes a razão e a visão lógica das coisas, vai-se gerando uma sensação de indiferença, de calma interior e, sobretudo de clareza de espírito. Em relação ao que nos limitava em tempos, em relação ao julgamento que fazíamos daquele sentimento.
Que agora já não gera energias negativas, ou sentidos pejorativos, ou ressentimentos.

Eu acho que é também uma forma de crescimento interior, e amadurecimento emocional. A capacidade que temos de deixar para trás o que nos limita.
De deixarmos para trás o que nos faz mal ou, que dalguma forma, nos é tóxico.
Sentimos assim como uma espécie de luta interior que vencemos, sentimento de dever cumprido, maturidade (ainda mais) crescida, adquirida.

E é tão bom.
Termos plena noção que afinal somos responsáveis pelas coisas que nos fazem felizes. Não são os outros. Somos nós que escolhemos onde, como e quando arrumar os sentimentos maus.

E, mais importante que tudo, deixar vir ao de cima os sentimentos bons.
Aqueles que curam os ressentimentos.
Os novos, os antigos, os que nunca deviam ter existido.

























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