sábado, 11 de abril de 2015

Free to Be Happy

Liberdade.
De expressão, de religião, de política.
Clubística.
Liberdade de Ser. O que se quiser, quando, onde e com quem se quiser.

Cresci a ouvir dizer que tinha de estudar o que quisesse, para quando crescesse, ser o que bem entendesse. Desde que o que eu bem entendesse me fizesse Feliz.
Cresci com a certeza que podia fazer as escolhas que quisesse. Na escola, nas amizades, nos namoricos de circunstância, nas noitadas com os amigos (que se transformaram tantas vezes em manhãs ainda com esses amigos a tomar o pequeno almoço às 6 da manhã na Merendeira da Av 24 de Julho).
Cresci com o respeito apurado para com os anciãos da família, os meus avós do coração.
Cresci tanto numa dada altura que a minha mãe me levou ao médico. Ó Doutor, a miúda é tão alta, sai a quem? Olhe minha senhora, sai a ela mesma, deixe-a crescer!

E foi isso mesmo que fiz. Ordens do Senhor Doutor Baldaia (nunca mais esqueci este nome da minha infância. Sorrio sempre com ternura infantil quando o ouço).

Até certo ponto e, dentro da minha liberdadezinha pós 25 de Abril (já sou das sortudas), deparei-me ainda com muitas convenções, muitos preconceitos, e algumas ideias pre-concebidas.
Porque tinha os pais separados, porque tinha óculos e botas ortopédicas, porque era a melhor aluna do 5º ano, porque a minha mãe era Hippie Chic e era mais gira que as mães dos outros miúdos todos, porque era a menina da professora, porque tinha aulas de francês, porque porque porque...

Se calhar sou mais livre que alguns miúdos daquela época, da minha época.
Também acho que brincar na rua, comer pão com as mãos sujas de terra e sabe-se lá mais o quê, andar uma semana inteira com aquelas calças porque eram as minhas preferidas e até dormia com elas, adormecer no chão transpirada de andar a correr com a minha irmã pelas ruas do bairro, e tantas coisas "saudáveis", me deram este sentido de liberdade que hoje trago comigo.

Não aceito prisões de estado ou de alma. Não consigo conceber prisões da mente, em que toda a gente segue um só guru, e tem uma só opinião. Não suporto as prisões da sociedade, que impõe e dita o que está certo, o que acha, e o que toda a gente devia fazer. Como lei.

A minha liberdade de expressão tem muitas formas. Mas acho que a primeira é não ter medo de Ir. Para a frente, avançar, arriscar. Muitas vezes fui considerada rebelde sem causa (sem causa aparente pelo menos, que ela sempre lá esteve) por não refrear os meus impulsos e levar tudo à frente. Mas felizmente esta mesma liberdade refreou-me, acalmou-me, deu-me oportunidade de continuar a dar saltos, só que com rede. (Em vez dos tralhos que de vez em quando eu dava no chão.)

E sou bem mais Feliz hoje.
Livre, em consciência, de bem com as minhas escolhas diárias, que são para a Vida.
E continuo a deixar-me Ir, que é a única forma de Liberdade que conheço, e que Abraço.













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