domingo, 26 de abril de 2015

25 de Abril


A propósito do 25 de Abril que não vivi, pois não tinha nascido ainda.

Cresci com aquele sentimento livre de quem não imagina sequer o que os pais e avós viveram, antes da libertação de 74. Sempre ouvi discursos ambíguos à minha volta:
Bendita Revolução. Respira-se finalmente de alívio.
Ou
O Salazar faz cá muita falta. Tínhamos muito dinheirinho guardado no país e agora não temos nada.

Não tendo vivido nesta época revolucionária, só me podia basear no que me iam contando, partilhando, explicando.
Mais tarde na escola, a mesmíssima coisa. Já tinha esta matéria entrado para os currículos escolares, já fazia parte da história do país, do meu país. E, até certo ponto já a percebia melhor, já entendia alguns porquês.

Malta corajosa esta. Que dum acto premeditado e (bem) calculado, tomou a si as rédeas dum país reprimido e deprimido.
O povo já não aguentava mais, e o povo resolveu agir.

Tomou a si a condução do governo, deu as boas vindas à democracia e, possibilitou-me a publicação deste texto, em que me é possível o debate de ideias e ideais.

Contra ou a favor da Revolução dos cravos, isso ficará na consciência de cada um, há um detalhe nesta condução do governo que não entendi ainda. 
Tendo-lhe dado o povo autonomia e carta branca para governar, porque não é capaz este governo de o fazer. Afinal já lá vão 41 anos de experiência. Mas continua a não se aprender nada com os erros. Que se cometem uns atrás dos outros. Que não se corrigem.

Sinto que dum acto de altruísmo e coragem extremas, passámos para um marasmo de apatia, em que os ideias da Revolução se perderam.
Temos Liberdade? Temos. Mas é qb.
Somos diariamente confrontados com situações que nos continuam a reprimir e limitar.

Por sistema, continua a reprimir-se o povo.
Continua este a pagar multas altíssimas pela má condução deste governo. Que não respeita sinais de trânsito, limites de velocidade ou cedências de passagem.

Eu, que tirei a carta de condução já há 19 anos, ainda sei que se pára no vermelho. Digo eu.
E que não se insiste quando estamos numa fila de trânsito que não anda para lado nenhum.
Ou se escolhe um caminho alternativo, ou se deixa de conduzir.
Deixa-se o carro em casa, e vai-se a pé.













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