domingo, 15 de março de 2015

Se fosses um relógio...


Bom dia, está boazinha?

É, invariavelmente, a forma como me respondem do outro lado da linha telefónica.

Estás benzinho, o fim de semanazinho foi bom? Bem dispostinha?

E assim meio a dormir, meio zombie, meio revoltada porque já é 2ª feira outra vez, e estava tão bem a dormir, e o despertador é um mercenário impiedoso, e não consegui ver os óscares outra vez este ano ( só vi o Achas que Sabes Dançar – a sério Diana Chaves, danças tão bem como eu, tens 2 pés esquerdos, portanto ), lá respondo: Pois é, mais uma semaninha!

Isto de nós, os Tugas, sermos fofinhos e queridinhos e usarmos estes diminutivos todinhos, parece-me uma coisa cultural. Culturalzinha. Coisinha de país pequenino. Pequenininho.

Que eu também as digo sim senhora! Desculpem lá qualquer coisinha, mas também aderi a esta moda dos inhos, inhas e estas fofices linguísticas, sem jeitinho nenhum. Fazer o quê?

E dizemos 3 vezes Obrigadinha ao senhor dos ctt que sobe ao 3º andar para levar uma cartinha registadinha: ora faça aqui uma rubricazinha, se fizer o favorzinho. Ali! Na cruzinha.

Ai menina, está  um friozinho de rachar este ano, também não ajuda nada á boa disposiçãozinha! Tomara já um solinho quentinho, para se fazer uma prainha. Tão bom.Que saudadinhas.

E dizemos “queria um cafezinho” e não “quero um cafezinho”….porque somos delicadinhos, é uma questão de educação… e um copinho de água, pode ser? Obrigadinha, desculpe lá.

“Ai queria um cafezinho? Já não quer??” É a pior coisinha que me podem dizer.

Não, sua sostra. É uma questão de Educação. Formaçãozinha. Diz-se queria e não quero.

Mas não vale a pena explicar, não entra nessa cabecinha. Ocazinha.

 

Afinal, se fosses um relógio, nem horas davas.

Horinhas, vá.

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