sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Fazer a diferença


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É isto.
Basta dar o primeiro passo e ser corajoso.

O resto, as diferenças que fazem sentido, vêm a seu tempo.
Com tempo.




quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Mudança(s)

Mudança.
De ritmo, de tempo, de atitude, de casa.
Mudar de ares.

Mudar é preciso. Ir ao sabor de. Desafiar as probabilidades.
Mudar de estilo, mudar o penteado.

Mudar de namorado. Mudar de perfume. Mudar de ginásio e de supermercado.

Mudar de telefone, mudar de emprego.
Não mudar de amigos. Estimá-los (ainda) mais. Dizer-lhes para não mudarem nunca.

Correr riscos, mas calculados. Mudar de estratégia.
Mudar de campo quando termina o primeiro tempo.

Mudar de ideias. Mas manter os ideais.
Porque sim, porque nos apetece, porque queremos.

E mudar a direcção, mas manter o mesmo sentido que trilhámos. Em que acreditamos.
E que nos vai acompanhar sempre, apesar das mudanças de rota da vida.

Mudança. Venha ela, e que nos traga coisas boas. Melhores ainda do que sonhámos.







quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

De bem com Deus e com o Diabo

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Tenho para mim que é preciso este jogo de cintura.

O estar de bem com Deus e com o Diabo. Sugere-me sempre uma dualidade, ou bipolaridade que nem sempre sei fazer vir ao de cima.
Porque não a treinei ainda, por um lado, mas sei que existe em cada um de nós esta existência, latente.
E porque o assumirmos que temos dentro de nós um Dr Jekyll e um Mr Hyde é assustador.

Isto de termos um gémeo bom e um gémeo mau dentro da cuca, que se vão revezando a seu bel prazer, tem muito que se lhe diga.

Sempre que ouço alguém dizer: aquele tipo hoje nem parece ele! Está possuído!
É bem capaz de ser verdade isto.
O facto do nosso alter ego se apoderar de nós sem hora ou local marcado é muito possivelmente a razão pela qual às vezes temos atitudes e maneiras de estar muito diferentes daquelas, as outras, a que habituamos quem nos rodeia, aquelas a que chamamos "normais".

E acho mesmo que esta luta constante e diária de mantermos o equilíbrio entre as duas forças é uma das coisas que nos define melhor.
Haverá sempre quem deixe prevalecer Deus, o bom senso, e o gémeo bom.
Mas haverá sempre quem prefira o Diabo e o malvado Mr Hyde com as suas várias personalidades.

O bom disto tudo será sempre equilibrar as duas artes.
Assim um género de gémeo bom a jogar às cartas com o Diabo, ou um gémeo mau a brincar às escondidas com Deus, por exemplo.

Porque afinal, o segredo não é expor tudo o que temos de bom e mau. É jogar com as duas coisas, de forma a temperarmos um bocadinho a vida.

Hoje inspirada aqui:
Don´t say a word while we dance with the Devil.

https://www.youtube.com/watch?v=KDxJlW6cxRk



terça-feira, 8 de setembro de 2015




Viva a curiosidade. Digo eu.
Talvez a forma inicial de questionar o óbvio, e de encontrarmos respostas.
Algumas improváveis e falíveis, nem sempre esclarecedoras, é certo.

Mas se não tentarmos, nunca as teremos.
As tais. As respostas.

Embora lá ser Curiosos.










segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Hábitos (dos Bons)

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Acho que sou uma pessoa de hábitos.

Ou pelo menos gosto de os manter.

Gosto de passar férias na terra da minha avó. Que não me viu nascer, mas quase.

Gosto de voltar a esta casa frequentemente, e acompanhar as suas mudanças,
á medida que vão mudando as estações do ano.

Gosta desta terra no Verão, especialmente.

Gosto de chegar a casa da praia e levantar as persianas. À antiga. Porque as baixei antes de sair,  para o sol não corroer a cor das portadas de madeira.

Gosto de ir para a praia e deixar as janelas do carro entreabertas para entrar ar e não fazer aquele efeito estufa que quase nos sufoca quando regressamos.

Gosto de ir ver o mar às arribas. Passeio matinal ou de final de dia. Mas hábito / rotina de há anos do qual não prescindo.

Gosto de andar de chinelos o dia todo. E de calções. De não usar maquilhagem. De não secar o cabelo com o secador.

Gosto de ver o gato a dormir no pátio, enroscado aos pés da minha avó.


Gosto de rotinas simples.
Gente simples.
Gentes que vivem com simplicidade.

Gosto do Make it Simple de todos os dias.
Bons hábitos.
Para a Vida.





 

quinta-feira, 23 de julho de 2015

Simply. The Best.



Atitude.
Move montanhas.
Faz a diferença.

Vamos ser diferentes. Embora lá começar a mover montanhas.
Pelo menos as que precisam de ser movidas, e que nos toldam a visão.

Simples. Não é?


Exactamente Assim




Acredito tanto nisto.
Acredito tanto que temos de nos manter colados ao nossos sonhos e àquilo em que acreditamos.
Acredito mesmo que a nossa fé em nós e nos outros nos leva mais longe.
Leva-nos mais para além de nós enquanto seres humanos.

Hoje ao almoço, em conversa com o meu amigo C, falámos sobre isto e não só.
Falámos sobre as (boas) energias de algumas pessoas. Que das más não reza a história.
Falámos sobre a forma de girar do Universo e como nos influencia.
Como escolhemos os vários caminhos que nos são apresentados tantas vezes, e como nos enganamos, voltamos atrás e refazemos tudo outra vez.
E outra, e outra....se for preciso.
Sempre com a certeza que da próxima será melhor. Será mais fácil.

E depois nota-se. Nota-se quando encontrámos o nosso caminho. Porque ficamos muito mais felizes, tranquilos, serenos.
Porque mais importante do que termos atingido o que quer que seja, é o nosso percurso até lá, e a forma como o encaramos.
Com Coragem.
Com C de coragem.
C de Calmaria após o mar revolto.
C de Conseguir lá Chegar.

Um grande beijinho para o meu amigo C.





Búzios e memórias de praia




Mais uma etapa que começa hoje, e esta eu acarinho especialmente.
As férias. Ou a preparação para as começar em beleza. O passar trabalho aos colegas, o resolver assuntos mais ou menos urgentes de modo a não deixar nenhum "stress" no escritório.
Hummm tão bom.
A minha silly season.
Silly como eu, como as crianças prestes a descobrirem um brinquedo novo, parece a minha ansiedade pelo descanso, sol e praia que aí vêm.

Tenho para mim que o Verão faz milagres.
Que levanta morais em baixo, que embeleza por dentro e por fora.
Acima de tudo, que nos carrega ao colo e nos diz ao ouvido: faz o que te apetecer. Abre a praia às 9 da manhã e fecha-a com aquele pôr do sol magnífico que só tu conheces.
Deixa o relógio em casa.
Deixa o telefone em casa. Ao lado do portátil.

Sou mesmo mais Feliz no Verão.
Talvez mais silly. Mais ainda.
E é tão Bom!




terça-feira, 30 de junho de 2015

É preciso é Remar



Esta minha mania de arranjar soluções e alternativas, e descobrir maneiras de dar a volta ao texto.

Obriga-me a reinventar-me algumas vezes, mas dá-me um certo gozo saber que consigo, que sou capaz.

É prova provada que as coisas não caem do céu, e que temos de lutar, e muito, por aquilo que queremos.

Assim sendo, vou Remar sempre que não houver vento.
E quando der por mim, vai haver vento de novo e pouso o remo, até à próxima falta de vento.

sexta-feira, 26 de junho de 2015

New Life vs Old Life





Gosto de escolhas.
Destas escolhas.
Às vezes intuitivamente, às vezes propositadamente.

Mas sempre em consciência.
Sempre com o intuito de melhorar o que ficou para trás, mal feito.
Ou não tão bem feito como gostaríamos.


O certo é que buscamos sempre um novo começo, sempre com as expectativas lá em cima e, sempre, mas sempre, com o olhar em frente, que para a frente é que é caminho.





quarta-feira, 24 de junho de 2015

Valorize-se






É grátis.
Faz bem.
Está certo.
É justo.

Faz bem. Muito bem.



Just take the risk

 
 
 
Not the ones we went fast forward. Those we'll cherish eternally.
But really the ones we've lost.
 
So, let's not lose chances.
Deal.
Get set. Go.
 

Coração & Reload



Há alturas em que temos de desacelerar.
Literalmente.
Desacelerar o ritmo. Marcar passo, se preciso for.
Desacelerar o coração, deixá-lo bater em paz, dar-lhe alento.

É o que tenho feito nos últimos dias e semanas, e foi o que me levou a guardar a escrita cá dentro, em vez de escrever para fora, aqui. Também é importante. É importante tomar balanço e inspirar de novo.
Inspirar-me de novo.
Em nada de especial e em tudo, especialmente.
Mas como sou de partilhas, nunca seria por muito tempo esta quietude.
Sou um espírito inquieto. Mas sereno.
Inquieto na forma curiosa de viver a vida, busco incessantemente respostas. E invento-as se for preciso.
Sereno na forma como aceito o que esta mesma vida me traz, sem grandes "mas porquê?"

Amanhã é sempre melhor que hoje.
As inspirações também.
E ser Feliz é mesmo um estado de espírito.
Uma atitude.
Ser Feliz Sempre, até onde der para ser.


quarta-feira, 10 de junho de 2015

E é isto!

Porque é que as mulheres vão juntas à casa de banho?

Um texto delicioso que replica na perfeição o stress que se apodera de nós quando não temos outro remédio senão ir a uma casa de banho pública.



O grande segredo de todas as mulheres a respeito da casa de banho é que:
 Quando eras pequenina, a tua mamã levava-te à casa de banho, ensinava-te a
 limpar o tampo da sanita com papel higiénico e depois punha tiras de papel
 cuidadosamente no perímetro da sanita.
 Finalmente instruía-te: "nunca, nunca te sentes numa casa de banho pública!"
 E depois ensinava-te a "posição", que consiste em balançar-te sobre a sanita
 numa posição de sentar-se sem que o teu corpo tenha contacto com o tampo.
 "A Posição" é uma das primeiras lições de vida de uma menina, importante
 e necessária, que nos acompanha para o resto da vida. Mas ainda hoje, nos
 nossos anos de maioridade, "a posição" é dolorosamente difícil de manter,
 sobretudo quando a tua bexiga está quase a rebentar.
 Quando *TENS* de ir a uma casa de banho pública, encontras uma fila enorme
 de mulheres que até parece que o Brad Pitt está lá dentro. Por isso,
 resignas-te a esperar, sorrindo amavelmente para as outras mulheres que
 também cruzam as pernas e os braços, discretamente, na posição oficial de
 "Tou aqui tou a fazer xixi!".
 Finalmente é a tua vez! E chega a típica "mãe com a menina que não aguenta
 mais" (a minha filhota já não aguenta mais, desculpe, vou passar à frente,
 que pena!). Então verificas por baixo de cada cubículo para ver se não há
 pernas. Estão todos ocupados.
 Finalmente, abre-se um e lanças-te lá para dentro, quase derrubando a
 pessoa que ainda está a sair.
 Entras e vês que a fechadura está estragada (está sempre!); não importa...
 Penduras a mala no gancho que há na porta... QUAAAAAL? Nunca há gancho!!
 Inspeccionas a zona, o chão está cheio de líquidos indefinidos e fétidos, e
 não te atreves a pousá-la lá, por isso penduras a mala no pescoço enquanto
 vês como balança debaixo de ti, sem contar que a alça te desarticula o
 pescoço, porque a mala está cheia de coisinhas que foste metendo lá para
 dentro, durante 5 meses seguidos, e a maioria das quais não usas, mas que
 tens no caso de...
 Mas, voltando à porta... como não tinha fechadura, a única opção é segurá-la
 com uma mão, enquanto com a outra baixas as calças num instante e pões-te
 "na posição"...
 AAAAHHHHHH... finalmente, que alívio... mas é aí que as tuas coxas começam a
 tremer... porque nisto tudo já estás suspensa no ar há dois minutos, com as
 pernas flexionadas, as cuecas a cortarem-te a circulação das coxas, um  braço
 estendido a fazer força na porta e uma mala de 5 quilos a cortar-te o pescoço!
 Gostarias de te sentar, mas não tiveste tempo para limpar a sanita nem a
 tapaste com papel; interiormente achas que não iria acontecer nada, mas a
 voz da tua mãe faz eco na tua cabeça *"nunca te sentes numa sanita pública"*,
 E então ficas na "posição de aguiazinha", com as pernas a tremer... e por uma
 falha no cálculo de distâncias, um finííííssimo fio do jacto salpica-te e
 molha-te até às meias!
 Com sorte não molha os sapatos... é que adoptar "a posição" requer uma grande
 concentração e perícia.
 Para distanciar a tua mente dessa desgraça, procuras o rolo de papel
 higiénico, maaaaaaaaaaas não hááááá!!! O suporte está vazio!
 Então rezas aos céus para que, entre os 5 quilos de bugigangas que tens na
 mala, pendurada ao pescoço, haja um miserável lenço de papel... mas para
 procurar na tua mala tens de soltar a porta... ???? Duvidas um momento, mas
 não tens outro remédio. E quando soltas a porta, alguém a empurra, dá-te
 uma traulitada na cabeça que te deixa meio desorientada mas rapidamente tens de
 travá-la com um movimento rápido e brusco enquanto gritas
 OCUPAAAAAADOOOOOOOOO!!
 E assim toda a gente que está à espera ouve a tua mensagem e já podes soltar
 a porta sem medo, ninguém vai tentar abri-la de novo (nisso as mulheres têm
 muito respeito umas pelas outras).
 Encontras o lenço de papel! Está todo enrugado, tipo um rolinho, mas não
 importa, fazes tudo para esticá-lo; finalmente consegues e limpas-te. Mas o
 lenço está tão velho e usado que já não absorve e molhas a mão toda; ou
 seja, valeu-te de muito o esforço de desenrugar o maldito lenço só com uma mão.
 Ouves algures a voz de outra velha nas mesmas circunstâncias que tu "alguém
 tem um pedacinho de papel a mais?" Parva! Idiota!
 Sem contar com o galo da marrada da porta, o linchamento da alça da mala, o
 suor que te corre pela testa, a mão a escorrer, a lembrança da tua mãe que
 estaria envergonhadíssima se te visse assim... porque ela nunca tocou numa
 sanita pública, porque, francamente, tu não sabes que doenças podem apanhar
 ali, que até podes ficar grávida (lembram-se?).... Estás exausta! Quando
 páras já não sente as pernas, arranjas-te rapidíssimo e puxas o autoclismo
 a fazer malabarismos com um pé, muito importante!
 Depois lá vais pró lavatório. Está tudo cheio de água (ou xixi? lembras-te
 do lenço de papel...), então não podes soltar a mala nem durante um segundo,
 pendura-la no teu ombro; não sabes como é que funciona a torneira com os
 sensores automáticos, então tocas até te sair um jactozito de água fresca,
 e consegues sabão, lavas-te numa posição do corcunda de Notre Dame para a
 mala não resvalar e ficar debaixo da água.
 Nem sequer usas o secador, é uma porcaria inútil, pelo que no fim secas as
 mãos nas tuas calças - porque não vais gastar um lenço de papel para isso -
 e sais...
 Nesse momento vês o teu namorado, ou marido, que entrou e saiu da casa de
 banho dos homens e ainda teve tempo para ler um livro de Jorge Luís Borges
 enquanto te esperava.
 "Mas por que é que demoraste tanto?" - pergunta-te o idiota
 "Havia uma fila enorme" - limitas-te a dizer

 
 E é esta a razão pela qual as mulheres vão em grupo à casa de banho, por
 solidariedade: uma segura-te na mala e no casaco, a outra na porta e a
 outra passa-te o lenço de papel debaixo da porta, e assim é muito mais fácil e
 rápido, pois só tens de te concentrar em manter "a posição" e "a dignidade*.
 Obrigada a todas por me terem acompanhado alguma vez à casa de banho e
 servir de cabide ou de guarda-portas! Passa isto aos desgraçados dos homens
 que sempre se perguntam ''por que motivo ela se demora tanto tempo na casa
 de banho?"

segunda-feira, 8 de junho de 2015

Made in China




Assim não precisávamos de estar constantemente a tentar perceber certas atitudes, a ler determinadas pessoas, e a tentar desculpá-las.

Tão simples, não é?

Pois.









domingo, 7 de junho de 2015

Frame





Let me put you in a frame.
Let me frame you so I can look at you everyday.
Every hour.
Let me frame my heart around you.

The best frame is the eyes's one.
The one you memorize.
The one you've always have.

Não temos todos tantas memórias gravadas na mente, na alma?

São as melhores de se lembrar, acho.
Ficam para sempre gravadas e ao alcance duma lembrança.

Like it.
A lot.









sábado, 6 de junho de 2015

Intuição




Intuição, sexto sentido, algo que não sabemos explicar, mas que nos conduz inconscientemente.
Quando damos por nós, estamos a dizer que sim ou que não, só porque temos aquele palpite.
Não sei porquê mas vou por aqui, não sei explicar mas acho que o melhor é ir por ali...

Acho que nos sossega e dá segurança.
Esta bengala emocional, de acharmos que temos algo que nos guia e nos encaminha na direcção certa.

Na verdade, eu acho que são o nosso discernimento e o nosso bom senso a caminharem de mãos dadas, e a prepararem-nos o terreno para futuras caminhadas.
Não algo que não saibamos o que é, mas sim alguma coisa que temos e que nos define.
E chamamos-lhe Intuição.

Sheer genius.



sexta-feira, 5 de junho de 2015

Estado Líquido

Quem me conhece e me lê, sabe que não faço publicidade a marcas aqui.
Ou em qualquer outro sítio público.
Não é o propósito deste blog.

Mas vou abrir um precedente e partilhar o meu gosto pessoal, ligado à Vida como a Vejo, como não poderia deixar de ser.
E esta é a forma como vejo um dos melhores restaurantes de sushi da capital, da nossa Lisboa.

A minha amiga H já me tinha dito que era bom, e que o ambiente era muito giro.
Um sofisticado barra casual barra hippie Chic barra eu visto o que quero e me apetece, como somos as duas (pelo menos a maior parte das vezes que isto de se ter um rótulo fashion não é fácil de manter).
E fomos lá uma destas noites fantásticas de pré-temporada de Verão. Não me perguntem porque nunca lá tinha ido. É algo com que me vou penitenciar durante muito tempo, a sério. Mea culpa.

Achei que o espaço, que tem um colorido vermelho/alaranjado giríssimo, cria uma ambiência familiar e muito confortável. Apesar das mesas estarem assentes sobre um gigantesco aquário térreo e, de vermos os peixes em constante movimento, esse ambiente consegue manter-se sem o mínimo sobressalto. Prova superada. Way to go.
Na passagem para o local onde estivemos, que é num piso um pouco mais elevado e com camas, ou sofás (como queiram), em que se fazem as refeições sentados, deitados, o mais descontraídos que se queira, tem-se a plena noção do espaço que deixámos à nossa passagem, mas entramos numa espécie de intimidade a descoberto, mas sem o ser. Faço-me entender? Não é fácil criar este tipo de ambiente, pelo que achei muito bem conseguido. Nicely done.

Para além do espaço em si, e da divisão de espaços numa mesma conjugação, não só com o restaurante, mas também com o bar, ficamos com a sensação que estamos num ambiente familiar, em que todos somos da mesma família, mas em que somos todos diferentes.
E isto, para mim, é crucial num espaço nocturno. Mesma ambiência, diferentes formas de a sentir.
Mesmo espaço, mas nuances diferentes em cada um dos sub-espaços.
Todos ligados pelo mesmo fio condutor. Aquela luz, meia/média luz, que faz toda a diferença.

Quanto ao staff, uma simpatia. Maioritariamente de sotaque quente, leia-se, brasileiro.
Sorrisos abertos, preocupação com o cliente. Profissionalismo simpático. Existe o termo? Existe agora.
O chef, adorável ser tatuado, que agradeceu os elogios humildemente, mais um sorriso aberto, sem a arrogância que lhe seria perdoada sem dúvida. Sushi habilmente preparado. Sashimi habilmente cortado.

Há mais sítios de bom sushi em Lisboa? Claro que há.
Bom sushi, igualmente espaços giros, e igualmente boa qualidade.
Mas o que difere os nossos gostos pessoais uns dos outros é algo que nunca saberemos explicar.
Pode ser um sorriso, um sabor, um cheiro, um olhar.
No meu caso, foram sem dúvida os sentidos que ficaram alerta. É neles que confio para tomar decisões, opções e fazer este tipo de escolhas.

Há também uma componente química que se instala e acabamos por nos render.
Não sabemos bem porquê ou a quê. É o tal je ne sais quoi. Mas rendemo-nos.

Como eu fiquei, rendida ao Estado Líquido.

Aconselho, recomendo, e vou voltar, claro.

Um reconhecimento especial ao querido staff e respectivo chef.
E claro, um agradecimento especial e um beijinho ao JPM, que nos proporcionou este belíssimo serão.

Fantastic Spot.




















How slowly you go



O que é mesmo importante é continuar a nossa marcha diária.
Ou semanal, se não for diária.
Não importa.
O que interessa é que não se parou à primeira adversidade.
É que se insistiu.
Persistiu.
Resistiu.

Isto importa mais que ir e parar à primeira contrariedade.

So, don´t Stop.
Never Stop.

quarta-feira, 3 de junho de 2015

Fazer Sentido



O que é fazer sentido afinal?

O que é para mim, pode não ser para mais ninguém.

Mais do que um significado lato, acaba por ser uma bengala do nosso português. Tão mal tratadinho pelo acordo ortográfico, ultimamente. Ou falta de acordo, no meu caso. Repudio totalmente.

A mania de dizer Não faz Sentido veio para ficar. Instalou-se no nosso quotidiano.
Diz-se Não faz Sentido quando está muito calor fora de época.
Quando não entendemos algo, e valemo-nos desta frase chavão para dizer alguma coisa.
Quando recusamos entender alguma coisa que nos disseram.

Eu contra mim falo. Gosto desta expressão.
Gosto de fazer sentido às vezes. De não fazer sentido absolutamente nenhum umas outras.
Gosto do sentido que dou à minha vida às vezes. Gosto de a conduzir sem sentido umas outras.

Às vezes gosto de parar e pensar se devo ir em sentido contrário.

Às vezes é bom, só mesmo para termos noção que não é o sentido certo.

Assim uns kilómetros em sentido contrário, depois entra-se de novo nos eixos, e lá vamos nós de novo, em frente, direitinhos ao resto da nossa vida.

Gosto. Gosto muito.
































terça-feira, 2 de junho de 2015

Mais uma Inspiração

Hoje conheci uma Inspiração.
Mais uma.

Mais uma pessoa em forma de força inspiradora.
Gosto tanto quando isto acontece.
Quando, do nada, surge alguém com uma luz fantástica, que alumia tudo à sua volta.

Conheci um senhor na casa dos 70 anos que, para além de ter ainda uma vida profissional super activa, para além de ocupar um posto altíssimo na sua vida profissional, tem ainda tempo de proporcionar algumas formações a pessoas como eu, que lhe ficarão gratas para todo o sempre.
Tomara eu chegar aos 50 com genica, quanto mais aos 70, cheia de vontade de partilhar conhecimento, ensinamentos e experiências desta forma tão clara.

Sabem aquelas pessoas que dá gosto ouvir falar, dá gosto ouvir contar histórias, e ficamos suspensos na forma de falar, na maneira de olhar, no modo fácil de expor casos concretos da vida?
É este senhor.
Fala da sua profissão de forma tão natural como fala da sua própria vida pessoal.
Da sua quinta. Onde tem patos. Que fazem um barulho ensurdecedor.
Da sua mulher (a quem chama A minha Sardenta), há 44 anos.
De como acha que a Informática está na Idade da Pedra, e de como tem muito que ser desenvolvida.
De como não cede a algumas modernices, tais como alguns facilitismos a algumas "pessoas importantes", e como lida com os olhares de lado por causa disso.

Trata as pens e os laptops por tu, faz apresentações em ppt como se dum jovem se tratasse e utiliza termos em inglês duma forma técnica, que quase parece a sua primeira língua.

E depois eu penso: como é que uma pessoa chega a um determinado estágio da vida, cheia de saúde, energia, vontade e com alegria em partilhar histórias?
Deve ser a maneira de encará-la. A Vida.
Não vejo outra forma.

Encará-la de frente, pegá-la da mesma forma que se pegam os touros. De caras.
E aceitar que nem sempre nos corre bem, mas que tivemos coragem na pega.

E mesmo que levemos uma marrada ou outra, havemos de continuar a tentar.
Ora bem.







segunda-feira, 1 de junho de 2015

Fields of Gold

 
 
Há algumas canções e músicas que me transportam para alguns sítios na memória.
 
Alguns sítios cá dentro, no lado esquerdo do peito. Nas memórias dos afectos.
Esta é uma delas. O Fields of Gold do Sting. Compositor fantástico.
Sempre que a ouço revejo-me no Verão. No Verão, e Verões da minha infância.
Não nos campos de cevada cantados pelo Sting, mas nos de trigo, cheios de espigas cortadas em Setembro.
A cor gold é exactamente a mesma. A sensação do sol a bater-me na cara, ainda a sinto.
Aqueles fins de tarde a correr pelos campos fora, sem qualquer outra preocupação que não fosse o chegar a horas para jantar, ao pôr do sol.
Aquela sensação do vento a sacudir-me os cabelos.
Aquela sensação de liberdade quase emocionante se pensar nela a esta distância.
Era tão bom viver quase protegida numa redoma de natureza versus curiosidade natural duma criança a descobrir o mundo.
Que me rodeava, e que me rodeia.
Ainda fecho os olhos ao som desta canção e teletransporto-me para os campos de trigo.
Não sei explicar. Só que me traz uma paz de espírito e um sentimento de pertença inigualável a qualquer outro local, sítio, no Mundo inteiro.
Aqueles Fields of Gold.
 
 
 
You'll remember me when the west wind moves
Upon the fields of barley
You'll forget the sun in his jealous sky
As we walk in fields of gold
So she took her love for to gaze awhile
Upon the fields of barley
In his arms she fell as her hair came down
Among the fields of gold
Will you stay with me, will you be my love
Among the fields of barley
We'll forget the sun in his jealous sky
As we lie in fields of gold
See the west wind move like a lover so
Upon the fields of barley
Feel her body rise when you kiss her mouth
Among the fields of gold


I never made promises lightly
And there have been some that I've broken
But I swear in the days still left
We'll walk in fields of gold
We'll walk in fields of gold


Many years have passed since those summer days
Among the fields of barley
See the children run as the sun goes down
Among the fields of gold
You'll remember me when the west wind moves
Upon the fields of barley
You can tell the sun in his jealous sky
When we walked in fields of gold
When we walked in fields of gold
When we walked in fields of Gold.

domingo, 31 de maio de 2015

Solidariedade

Solidariedade é...

Banco Alimentar Contra a Fome: Todas as vezes que há Campanhas do Banco Alimentar e, de todas as vezes que ajudo, fico a seguir a sair do supermercado, com aqueles 15 minutos de pensamento introspectivo acerca do que é ser solidário, do que poderia fazer mais, ou até mesmo que forma de voluntariado eu poderia praticar.
Invariavelmente, entro no carro e o pensamento desfaz-se. Não porque não seja importante, mas sim porque a nossa vida é tão acelerada, andamos tão a correr e entretidos com a nossa própria vida, que estas formas de ajudar o próximo são um abrir de olhos enorme que nos acorda quando precisamos de ficar mais alerta para estas questões.

O facto de haver algumas pessoas que ajudam outras, é uma forma de altruísmo que admiro muito.
O facto de não ganharem uma retribuição financeira com isso é de louvar. Porque afinal ganham tão mais em valor moral e enriquecimento pessoal que a retribuição financeira passa para segundo plano. Ou terceiro, ou quarto planos.
O haver pessoas que dedicam a sua vida a ajudar os outros e, que só fazem isso na vida, é algo que vejo como uma escolha. Uma opção que influenciará para sempre não só quem pratica mas, acima de tudo, quem recebe.
Lembro-me de todas as pessoas a fazerem voluntariado nos hospitais, quer seja em alas oncológicas ou, muito simplesmente, no serviço de urgências. Que disponibilizam o seu tempo, a sua energia e muitas vezes fazem das tripas coração, para se aguentarem de pé, e demonstrarem uma força que muitas vezes já não têm.
Eu invejo quem faz voluntariado. É algo tão nobre.
Confesso que não sei se conseguiria.
Não sei se teria capacidade ou força anímica para ajudar aquelas pessoas.
Acredito que muitos dos doentes que ali estão têm por vezes mais força que o próprio pessoal que faz voluntariado.
Acho que é uma lição de vida muito, muito, muito grande.

Por isso faço o meu bocadinho todos os dias.
O meu bocadinho de ajudar nestas campanhas quando estão nos supermercados.
O meu bocadinho de doar toda a roupa e sapatos que já não uso.
O meu bocadinho de ajudar animais de rua. Tenho um lá em casa.
O meu bocadinho de ajudar uma pessoa idosa a tratar dela. É família, mas podia não ser, que eu ajudaria à mesma.

O meu bocadinho de olhar para o lado e ver. Não só olhar. Ver com os olhos do coração quem é que realmente precisa de ajuda. Seja ela de que maneira for. Não tem de ser apenas em géneros alimentícios, ou valor monetário. Faço-o mais numa forma de consciencialização interna.
Comparo aquele telefone caro que comprei, e que se calhar tem o valor duma pensão mínima de sobrevivência para alguém.
Comparo aquela viagem a Paris que fiz há uns meses, que se calhar para algumas pessoas é o valor duma renda de casa.
Comparo os milhões de euros que se gastam no futebol com a quantidade de gente que poderia encher um estádio para se fazer assim um almoço oferecido a 60.000 pessoas.
Por exemplo.

Acho mesmo que tomarmos consciência é o primeiro passo.
Não vamos mudar o mundo, claro que não.
Podemos mudar é algumas mentalidades.
Se começarmos pela nossa, o primeiro passo já está dado.









sábado, 30 de maio de 2015

Best things in Life are Free



Para mim, hoje foi assim o primeiro dia de praia a sério.
Com direito a banho de mar, bola de Berlim e muito descanso.

Aquela sensação de fechar os olhos e, para além do barulho do mar, que tem uma absurda boa influência em mim, sentir também o barulho das gaivotas, das crianças a brincar e os splash das pessoas a mergulharem nas ondas.

É algo tão simples e tão terapêutico ao mesmo tempo.
Costuma dizer-se que as melhoras coisas na vida são de graça.
E hoje, mais uma vez, comprovei isso.

Um bom par de amigas, um bom lanche no saco da praia, e um bom chapéu de sol na bagageira do carro.
Se eu pensar bem, o mais caro hoje foi a bola de Berlim!
Valeram os 5 minutos de conversa com a D. Maria, vendedora há 28 anos por aquelas andanças, e um bronzeado de fazer inveja a muito bom solário.
As minhas bolas é que são boas, não têm a gordura que têm as dos outros vendedores!
Na realidade, não têm
Aqueles dois que ali andam, só venderam 2 bolas hoje, na praia toda! É bem feito, que eles deixam as bolas ao sol quando vão almoçar, e as pessoas já começam a perceber!
Ah pois é D. Maria, você sabe-a toda. As suas é que são fresquinhas. Ora bem.

Sem preço.
O contacto humano, as conversas momentâneas e casuais que se tornam tão interessantes, e o barulho do mar, sempre lá ao fundo.
O pessoal do Kite Surf a inundar o areal com os seus equipamentos coloridos, a lançarem arcos-íris no céu da margem Sul.
Margem Sol, como carinhosamente a chamo.

Há coisas que nunca mudam, e ainda bem.
Esta rotina anual e sazonal de praticar o Verão é uma delas.
O andar seis meses à procura do sol chegou ao fim finalmente. É quase como termos a certeza que vamos encontrar o tal pote cheio de ouro, no fim do arco íris.

Aquele que enche os céus da margem Sol, cheínho de cores.








quarta-feira, 27 de maio de 2015

Photograph







Gosto de fotografias.

Mais do que tudo, fotografias memorizadas.
Gosto de olhar para alguém, e fotografar mentalmente o momento.

Gosto de gravar aquele fragmento de tempo que parou.
E gosto de voltar ao meu álbum de fotografias mental as vezes que me apetecer.

Gosto de segurar o rosto em causa com as duas mãos em concha.
Gosto que segurem o meu.

E gosto de acreditar que o cuidado com que o faço, é como segurar aquela porcelana de fino trato que a nossa mãe guarda há tantos anos para uma ocasião especial.

Não o vou largar, nem deixar cair desamparado.
Vou cuidar sempre.

Porque gosto de segurar rostos em concha.
E gosto, tanto, que segurem o meu.









 

terça-feira, 26 de maio de 2015

Heart Family



Tenho esta convicção profunda.
Talvez porque a sinto na pele, todos os dias.
Que podemos fazer parte da família que escolhemos, não aquela que nos gerou, mas sim aquela que nós escolhemos para dar continuidade ao nosso Eu.

Há algo mais nobre que pertencer a uma vida? Fazer parte da vida duma outra pessoa?

Há amizades vividas duma forma nobre.
Nobre no sentido de assumir essa pertença como uma coisa de importância extrema, como algo tão vital para nós, que sentimos a responsabilidade imensa de cuidar dela todos os dias.

Eu tenho Amizades assim.
E Amigos assim.

Que me motivam este querer (lhes) bem.
Que me descobrem afectos novos todos os dias.
Que me surpreendem com sentimentos maiores.
Que me fazem acreditar que as emoções fazem sentido.
Tal como faz sentido dizermos aos nossos amigos que gostamos deles.
Que são importantes na nossa vida.
Que a nossa vida sem eles não faz sentido.
Não só com os amigos de sempre.
Tenho amigos não de sempre, mas acredito que para sempre.
A vida tem-me surpreendido tanto. De tantas maneiras.
Só posso sentir-me grata.
Pelos meus amores. Que me enchem o coração. Que o fazem transbordar.
São a família do coração.
Aquela que escolhi.
A que quero na minha vida.

E da mesma forma, a melhor sensação do Mundo, é pertencermos à vida de alguém.
Belong Back.


"Há amores assim
Que nunca têm inicio
Muito menos têm fim
Na esquina de uma rua
Ou num banco de jardim
Quando menos esperamos
Há amores assim"
By Donna Maria

https://www.youtube.com/watch?v=Rat3sLxpfo0




segunda-feira, 25 de maio de 2015

Parabéns Avó

Há daqueles amores inexplicáveis.
Há os que sabemos como começaram, onde, em que altura da vida, e, muitas vezes, como se extinguiram.
Depois há os outros, os que já existiam quando nascemos, que nos acompanharam o crescimento, que andaram connosco lado a lado nos tempos de escola, e que caminham connosco ainda hoje, sem haver uma oscilação na sua intensidade. E, a existir, é sempre em crescendo.

Eu tenho um destes amores com a minha avó.
A minha avó quase centenária, só faltam 3 anos.
A minha avó que é uma rocha, apesar do sofrimento todo que já a atropelou, amassou, fintou, e que por ela passou.
Não ficou. Mas moeu.

A minha avó é a minha primeira referência de infância. É aquela senhora baixinha, mas que era tão alta quando eu era criança! Chegava aos armários todos, andava mais depressa que eu e a minha irmã quando nos levava pela mão, às compras, ao Mercado de Benfica. Vamos à praça! Dizia ela.
E nós íamos, atrás dela. Íamos comprar maçãs daquelas pequeninas, a que puxávamos o lustro na fruteira para ficarem brilhantes.
Depois íamos à banca do peixe buscar guelras de carapau para a gata que por aqueles anos passava lá temporadas em casa. Era a Kikas. Era do meu tio, mas a minha avó era avó dela também. A Kikas só a respeitava a ela. Já era um indicativo de que a minha avó era uma senhora muita importante. Aos meus olhos, da minha irmã, e de todos.
A minha avó regateava sempre nas compras. Não faz um descontinho? Às vezes lá tiravam 5 ou 10 escudos à conta, só porque ela já era cliente habitual. Ia à praça todos os dias.
Tinha um saco de asas azul, assim aos quadradinhos. E comprou dois em miniatura, um também azul, e o outro vermelho, um para cada uma das netas. E nós íamos com os saquinhos às compras, com ela.

A minha avó fazia o pequeno almoço ao meu avô todos os dias. Café com leite, e sopas de pão lá dentro. Depois ele ia trabalhar e eu e a minha irmã ficávamos em casa com ela. Limpávamos a casa toda, que a minha avó não queria netas preguiçosas! À tarde brincávamos na praceta em frente à casa dela, e de vez em quando íamos para casa das amiguinhas lá da rua. Mas a minha avó não gostava. Sempre enfiadas na casa das pessoas! Querem brincar? É na rua!
Ela é que sabia. Hoje o que eu não daria para a ouvir dizer isto outra vez. Ela sabia bem que brincar era na rua. A esfolar os joelhos, a sujar a roupa toda, e muitas vezes a gastar meias solas de sapatos numa semana só. Ela sabia bem.

Nas férias, a minha avó fazia café com leite frio para levarmos para a praia. Dentro dum termo alaranjado.
E fazia arroz de bacalhau, num tacho que embrulhava em folhas de jornal, dentro do cesto de levar para a praia. E que bem que sabia à hora do almoço. É um sabor que terei sempre na memória. Dos olfactos, e na memória dos sabores.

A minha avó era muito poupadinha. Nunca nos comprava coisas caras, e dizia muitas vezes No poupar é que está o Ganho! E ela tinha razão. Afinal ela tinha estado emigrada 14 anos num país da América do Sul e foi assim que ela e o meu avô conseguiram uma boa vida em Portugal. Compraram a casinha onde ela ainda hoje vive.

A minha avó é possivelmente a pessoa mais forte que conheço.
Depois de enterrar o marido, um filho, e uma neta, continua de pé, sempre com um sorriso nos lábios, sempre com uma palavra bonita.
Não há pessoas assim, pois não?
Pessoas com quase 100 anos de vida, que não se queixam. Não dão um ai, como se diz na gíria.
Nunca se queixa. Está sempre tudo bem.
Não quero dar trabalho, diz ela.

Mas como é que podes dar trabalho avó?
Fizeste de mim muito do que sou hoje.
Ensinaste-me o que é "vestir-me de paciência" como sempre te ouvi dizer.
Foste a minha primeira lição de Amor. Incondicional.
Exemplo de Mulher, Mãe, Avó.

É por isto. E por muito mais.
Por tanto que não consigo pôr em palavras. E por tanto, que tenho sempre uma lágrima teimosa ao canto do olho quando ela faz anos. Como ontem.
Mais um passo próximo dos 100.
Mais um com coragem, todos os dias com coragem.
Como aquela que eu vou tentar ter, um dia, quando ela me faltar.

Parabéns Avó.





sábado, 23 de maio de 2015

Star Powder



Todos nós somos feitos de pó das estrelas.

Poderia ser uma tentativa poética de escrita, mas não é.
É um facto científico.

A poeira estelar faz parte do nosso ADN, da mesma forma que os nossos genes nos definem, dalguma forma.
Somos todos uma mistura de estrela, cometa, meteoro, meteorito.
Temos todos a mesma massa.
Temos todos um bocadinho de Louis Armstrong e uma herança lunar.

Star dust, star powder, star trek.
Star quality.
Há que aproveitar esta quase magia que o Universo nos transmitiu através do seu pó.
Das estrelas, aquelas em que vivo tantas vezes, paralelas à minha amiga Lua, e ao seu mundo tão próprio que teimo em visitar várias vezes por dia.

Porque todos nós temos uma estrelinha a brilhar lá em cima.
E eu acredito nisto. Teimosamente.


Twinkle, twinkle, little star,
How I wonder what you are.
Up above the world so high,
Like a diamond in the sky.
Twinkle, twinkle, little star,
How I wonder what you are!










quinta-feira, 21 de maio de 2015

Só por Hoje

 
Só por Hoje.
Só por Hoje eu não me preocupo.
Só por Hoje eu não vou dar importância.
Só por Hoje eu não vou estar (tão) atenta.
Só por Hoje eu vou descansar.
Só por Hoje eu vou baixar (um pouco) a guarda.
Só por Hoje eu vou andar mais devagar.
 
 Mas só por Hoje.
Que amanhã volto ao meu Eu mais activo, selectivo e intuitivo.

É o chamado passo atrás para dar balanço e depois dar mais dois passos à frente.
É quando questiono, avalio e tomo decisões.

Sereno, acalmo, e deixo a energia fluir.
Gosto tanto destes dias. Deste dia.
Só por Hoje.
 
 
 
 
 
 
 
 

quarta-feira, 20 de maio de 2015

Eu podia ser isto

Uma descrição de Mim podia ser assim.

Ver o nascer e o pôr do sol no mesmo dia.
Oferecer Flores.
Rir de mim própria.
Receber Flores.
Permitir que o meu corpo acompanhe a minha mente.
Perder o pudor dentro e fora do duche.
Visitar os sete continentes.
Aprender outro idioma e ensinar o meu no estrangeiro.
Perdoar como os bravos sempre perdoam.
Experimentar sem receios.
Aprender a tocar guitarra.
Não querer reformar-me.
Correr contra o tempo.
Confessar algo surpreendente. Ser honesta!
Dormir bastante e continuar a ter sonhos.
Entrar numa festa sem convite e aproveitar ao máximo.
Gritar num bar "a próxima rodada é por minha conta" e cumprir a promessa.
Fazer amor onde normalmente nunca o faria.
Correr à chuva com roupa.
Correr à chuva sem roupa.
Viver sem Internet por 24 horas, por opção.
Ultrapassar os meus medos. Aprender a dar saltos para a água.
Dormir sob as estrelas.
Não comprar bilhetes de regresso. Só Ir.
Ter mais projectos que recordações.
Saber quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha.
Amar Muito e Bem.

Eu podia ser esta descrição.








terça-feira, 19 de maio de 2015

The Best that Is in You

 
 
 
 
 
 

Minha P.




Para ti, que estás sempre ao meu lado.
Para ti, que me ensinaste muitas coisas.
Para ti, que me ensinaste que o estar no meu lugar é que é o correcto.
Para ti, que me mostraste como se aceita a vida e o que ela nos traz.

E que nada é nosso. Tudo é só e apenas uma passagem.

Mesmo que eu ache que és um bocadinho minha.
Porque eu já sou um bocadinho tua.


Para Ti, minha P.

Ser e Parecer

Hoje, no início duma conversa, perguntaram-me se eu era estrangeira.

Ri-me, e perguntei o porquê da observação.

A menina é alta e loura, podia ser inglesa, foi a resposta.

E contra argumentei, mas ainda não me tinha ouvido falar e já pressupunha coisas?...

E o meu interlocutor retorquiu: Pois é, com essa é que me calou!

Isto do Ser e Parecer tem muito que se lhe diga.
Tanto ao nível da aparência, bem como da outra, a interior, que só vêem os olhos do coração, da alma. Mais dentro.
Desde que me lembro de ser gente, que me lembro também do diz que disse, do ouvi dizer, aquela senhora diz que, consta que, existe o boato de....
E sempre foi dito de maneira tão natural, que quase parecia igual a uma ida ao café, ou a atender um telefonema, ou a uma qualquer rotina que tivéssemos numa determinada altura.
Ou seja, não se questionava. Ou eu não questionava, que não tinha ainda idade.

E faz parte da nossa cultura, até certo ponto.
O coscuvilhar, a bilharquice, a calhandrice, e outros similares, são isso mesmo. Uma forma das pessoas comentarem a vida dos outros, de forma a não comentarem a sua própria que, pelos vistos, deverá ser bem menos interessante que a alheia.

Por isso quando me rotulam e apelidam nomes sem me conhecerem, até me dá um certo gozo ir até ao fundo da questão, nem que seja por curiosidade mórbida feminina.
Hoje fiquei a saber que era a menina inglesa vista por aquele senhor. Ainda bem que falámos ou nunca se desmistificaria a ideia que o tal senhor tinha de mim. E deu para rir, pois claro.

Também acho muita piada de ir a passear na Ericeira do meu coração, e os próprios turistas me perguntarem coisas em inglês. Confiantes de que sou uma conterrânea dum qualquer país da Europa do Norte, onde as senhoras altas, branquinhas e sardentas são uma vulgaridade.
"No, I'm not swedish, but tell me if I can help you out with the map".

E acho um piadão.
Nós os Portugueses, somos de facto um dos povos mais desenrascados ao nível do falar línguas estrangeiras, ao nível do vingarmos profissionalmente num país que não é o nosso e, somos efectivamente um dos países que mais descobertas de outros (países) tomou a si, ao longo dos séculos. Acho que não é de estranhar portanto esta nossa parecença com tudo e todos, somos afinal um povo do Mundo.

E cá para mim, mais vale sê-lo que parecê-lo.
Povo do Mundo.

"Em perigos e guerras esforçados
Mais do que prometia a força humana
E entre gente remota edificaram
Novo Reino, que tanto sublimaram"
In Lusíadas, Luís de Camões

































Pessoas




Gosto de pensar que me rodeio de pessoas extraordinárias.
E afirmo com muita certeza que as pessoas que têm um humor acima da média são as mais inteligentes.

O que é extraordinário, a meu ver, é a capacidade de dar a volta ao texto, seja em palavras, construcção gramatical, semântica, ou o que seja.

Mas desde que se chegue onde se quer, desde que se faça passar a mensagem, já é uma prova ganha.
Já é uma meta atingida, e um motivo de orgulho e dever cumprido.

Também me rodeio de pessoas com um Amor acima da média, não só Humor.
E também estas são as mais inteligentes.

Pelo próximo, por si mesmas, pela vida, e por tudo aquilo que ela nos pode dar.
Sejamos nós fortes o suficiente, pesistentes qb e muito, muito optimistas, e veremos coisas positivas a acontecer. A acontecer-nos.

A fé e a crença nas coisas boas, e que estas hão-de vir, faz girar o Mundo.

Tal como as pessoas que professam Amor, Humor e Inteligência.
Fazem girar o meu Mundo.



 

domingo, 17 de maio de 2015

Terra do Nunca

Sabem aquela sensação de terem passado um dia ao sol, e as baterias estarem automaticamente carregadas?

Hoje sinto-me assim. Bastou um dia de sol, mar e praia e sinto-me capaz de mais umas quantas voltas no carrossel da vida. Do quotidiano de todos os dias.
Que é bom. Eu gosto de rotinas. Das minhas rotinas na cidade.
Sou uma miúda da cidade, diria.
Mas gosto também muita de as interromper, nem que seja por um dia ou dois.
Gosto de as interromper para ter outras rotinas mais pequeninas, e que me dão tanto prazer.

Gosto da rotina da terra da minha avó, pequenina aldeia piscatória, um micro mundo. Desde criança que é o meu micro mundo muito especial.
O ir ao café de chinelos, o atravessar a rua de robe para ir buscar o pão fresquinho ali à mercearia. Mercearia / Café / Salão de Jogos / Local de convívio matinal para as mulheres da aldeia.
Gosto de abrir a janela, ou andar no quintal e cumprimentar todas as pessoas que passam na rua.
Bom dia menina! A avó está boa? E a mana? Saúdinha é o que é preciso!

Gosto deste contacto com as pessoas. Gosto que as pessoas perguntem por mim e pelos meus. Gosto de responder com um sorriso e descansar aquela boa gente na sua curiosidade.
Afinal só nos vêem quase uma vez por ano, e é apenas justo que perguntem tudo o que queiram saber.
Gosto desta coscuvilhice natural e espontânea.
Gosto de lavar o carro na rua, com a ficha do aspirador a passar pela janela, acrobaticamente colocada.
Gosto de lavar os pés com a mangueira do quintal, e andar no quintal de pés descalços.

É a Terra do Nunca, como carinhosamente lhe chamo.
Nunca há rede móvel, nunca há demasiado sol, nunca está demasiado calor. Típico das aldeias junto ao mar.
Tão bom.

Foram tantas as vagas da minha vida ali passadas, ali confidenciadas, naquela praia, naquele pinhal, na alma daquela terra e daquelas gentes.
A primeira grande vaga da minha vida, como lhe chamo. Onde aprendi tanto. Com os primos, as primas, com os namoricos, e onde caí tantas vezes de bicicleta.
Sempre com aquele mar como testemunha.
Sempre com um sentido enorme de respeito pelo tempo que me foi emprestado por aquela terra.
Ainda hoje os olho de maneira diferente, quando por eles passo na rua.

Sinto que a minha Terra do Nunca foi um rito de passagem.
O meu. Onde me tornei crescida.
E como me tornei no que sou hoje.

Crescida e com as baterias carregadas.













sexta-feira, 15 de maio de 2015

Intimidade


Alguém me dizia há uns dias que Intimidade era uma coisa.

E eu respondi que não, que não achava nada, que intimidade era outra coisa.

Ficámos ali uns minutos a trocar opiniões e pontos de vista.

Não mudei de opinião desde então, ou não comecei a ver as coisas de maneira diferente, mas dou o braço a torcer em relação ao facto da Intimidade estar um pouco banalizada nos dias que correm...
Ou talvez de se lhe dar um sentido que, a meu ver, não é o correcto, não é o que a define.

Mas, como sempre, será sempre as I see it, e não uma verdade absoluta.

Senão vejamos...

O ser-se íntimo de alguém não é necessariamente algo que temos por defeito, por exemplo, com a nossa família. Eu adoro os meus irmãos, mas há intimidades a que não me dou com eles. Não lhes falo dum certo modo, não lhes confidencio certas coisas minhas.
Ao passo que, tenho um ou dois amigos a quem confidencio e confio determinados assuntos que não conseguiria fazer com mais ninguém. E, muito menos com alguns membros da família.

Acho que a intimidade cresce e se cria a seu tempo.
Com outra pessoa, seja amiga, ou um namorado.
Acho também que há diferentes tipos de Intimidade, porque há diferentes tipos de pessoa.
E, claro, criamos diferentes tipos de laços, uns mais apertados, outros mais soltos.

Algo por que me bato há muito tempo é o conceito do sexo ser ou não intimidade.
Porque pode não ser. Pode ser apenas um acto físico em si, quando já não existe intimidade. Houve, mas já não há... Mas continua-se a achar que sim, que ainda existe. E confundem-se os conceitos.
Já o acordar de manhã ao lado de alguém despenteado, com os olhos inchados, e cheios de ramelas, e aceitar isso tão naturalmente como ter sede ou ter fome, é que é intimidade.
E depois abraçar-se essa pessoa e aceitá-la, fazer parte dessa mesma intimidade criada ali, naquele momento, isso sim, é que me parece uma intimidade real.

Faz-me lembrar um bocadinho o conceito de "À vontade não é à vontadinha", esta banalização do que é a intimidade. De cada um.

Faço-me entender?
Tenho dias que sim, outros que não, como todos nós, mas para mim, acho que isto da intimidade é mesmo assim.
Ganha-se com o tempo.
Criam-se laços para.
Ligam-se as pessoas, e as vidas desta forma.


Se conseguirmos chegar a um estado em que Intimidade e Cumplicidade andam de mãos dadas, então aí temos o melhor dos dois mundos.

E eu acho que está certo assim.














quinta-feira, 14 de maio de 2015

Let Go with Courage




Acho que é preciso uma certa dose de inteligência também.
Aliada à coragem de nos desprendermos do que nos retém, do que nos atrasa no nosso caminho.

Tudo o que não podemos mudar.
Tudo o que nos detém a meio da nossa jornada.
Tudo que nos limita, ou nos faz duvidar das nossas capacidades.

É com muita coragem e alguma inteligência que devemos fazê-lo.
Porque no dia seguinte acordamos muito mais unos connosco mesmos.

Unos connosco significa unos com os outros, e mais libertos, mais abertos.

E, até certo ponto, mais espertos.
Com um grau de percepção maior.
De quem Somos, e do que Queremos.










Desapego




DESAPEGO

Soltar. Entregar. Deixar Ir.
Deixar Partir. Fluir.
Viver no Presente.
Sem o peso do Passado.
Sem expectativas para o Futuro.
Saber que temos Limites.
Saber que estamos de Passagem.
Sem posses. Sem Medo.
Sem Culpas.





 

quarta-feira, 13 de maio de 2015

Preparo um café?




"Assim, simples: agarra-me e não me largues mais. Abraça-me e não me deixes ir. Encosta-me a ti e não te ausentes. Dá-me o teu colo e não me deixes sair. Empresta-me o teu ombro e não mo peças de volta.
 
Assim, simples: agarra-me e não me largues mais."
Mais simples? Não consigo.
Mais Feliz? Sim! Sim! Sim!
Quero!
Tanto.